sábado, 5 de dezembro de 2009

MUNDO BIZARRO (BAITA TROVA)




'BAITA TROVA de um JOÃO' é na verdade um relato verídico de fatos que acontecem na minha vida e que não interessariam a ninguém, no entanto são fatos atípicos que no meu entendimento merecem, no mínimo, um registro. 

Sei que descrever esses episódios acaba deixando-os mais frios e insípidos, mesmo assim sigo o baile!

Toda vez que surgir a “BAITA TROVA de um JOÃO” já saibam do que se trata!

Ah! Esses meus 'causos' não obedecem à ordem cronológica nenhuma, seguem apenas os ciclos randômicos de minha memória segmentada!



Esse foi sem duvida um dos fatos mais bizarros que vivi, talvez escrevendo os fatos eles pareçam menos contundentes, mas acreditem, foram muito estranhos para época.

Se não tivesse testemunha, certamente pareceria que eu tinha fumado a erva do demônio, mas não tinha nem idade pra isso.

Na época eu tinha uns 12 anos de idade, e tudo aconteceu na praia de PINHAL, litoral do RS.

Minha prima Fernanda e eu, que temos praticamente a mesma idade, sempre fomos muito ‘cachorreiros’ adorávamos de sobremaneira esses animaizinhos, e passar por um veraneio todo sem qualquer cãozinho de estimação seria impossível.

Num dia de passeio encontramos nas dunas uma cadela com alguns filhotes com pouco mais de um mês de idade, para nós eram irresistíveis. Cada um escolheu o seu e fomos felizes pra casa com nossos novos mascotes.

Pena é que na doce vida de crianças sempre existem os adultos e seus SEVEROS e CONTUDENTES ‘nãos’. E foi isso que aconteceu, minha tia e minha mãe não permitiram que ficássemos com os bichinhos. Sem chances para replicas!

Porem os adultos nem sempre contam com a revolta de duas crianças contrariadas. Resultado: fugimos os quatro de casa, os cãezinhos, minha prima e eu.

Vagamos pela cidade o dia inteiro pensando no que faríamos. O sol escaldante, o medo pelas represálias, o peso dos bichos no colo, enfim, estávamos em maus lençóis.

Já extenuados pelos fatos sentamos na calçada de uma casa um pouco afastada (depois descobrimos que a casa não era tão longe assim). A casa tinha uma aparência quase de abandonada, mas não estava. Ai começam as coisas bizarras, que para duas crianças eram bem estranhas.

Estávamos ali articulando o que faríamos com os cachorros até que conseguíssemos convencer as mães da nossa necessidade canina quando surgiu a dona da casa.

Uma mulher extremamente branca, com roupas igualmente brancas e completamente careca se apresentou a nós. Aquela figura parecia uma personagem de algum filme de ficção cientifica, não que não possam existir mulheres carecas, sabemos que existem diversos motivos que causam essa anomalia, mas ali, falando com a gente, surgida do nada com tanto interesse, era estranho.

Vencida a estranheza, descobrimos que ela era muito boa gente. Parecia um E.T. mas era uma fada. Ofereceu guarda aos nossos cães até que tudo fosse resolvido.

Voltamos pra casa felizes com a aventura. Felicidade que quase acabou com a tunda que levamos por sumirmos o dia inteiro sem dar explicação alguma.

As férias acabaram e eu convenci minha mãe que era preciso que eu levasse o meu cão para Camaquã comigo. Nessa época eu estava com um problema bem sério numa das pernas e acho que ela ficou com pena do filhinho manco. Não lembro que fim levou o cachorro da minha prima, mas sei que ela não conseguiu leva-lo.

Pra terminar o episodio bizarro, nós fomos, novamente sozinhos, a casa da mulher careca resgatar os cães.

Chamamos, gritamos, batemos, mas ninguém apareceu. A casa, como antes, estava com aquele jeitão de abandonada. A porta estava aberta, mas ninguém apareceu.

Eu não podia sair dali sem o cão, partiríamos de volta naquele dia e eu já tinha até apanhado pra ter a posse do bicho, não sairia dali sem ele.

Podíamos ouvir o choro do cachorrinho no pátio interno da casa. Se a mulher careca estivesse ali, estava num sono profundo.


Não lembro se invadimos a casa ou pulamos o muro para ter acesso ao pátio interno, na verdade foi a minha prima que resgatou o meu cãozinho, só não esperávamos pelo assustador morador daquele pátio. Nem cachorro brabo, nem gato, nem pato. No pátio da mulher careca estava um ameaçador e enorme avestruz.

Ainda hoje acho esse bicho perigoso, imagina para duas crianças que estavam invadindo uma casa de uma mulher careca! Foi muito esquisito! Acho que me assustavam dizendo que esses avestruzes comiam os olhos das pessoas.

Apavorados pegamos o que era nosso e fugimos dali com a adrenalina a mil. Também levamos dali uma boa história, meio sem pé nem cabeça, mas real.




Nunca tinha visto isso, mas o cachorro voltou daquela casa com piolho! Estranho, não? Teria algo a ver com a carequisse da mulher? Perguntas que nunca foram respondidas.

Minhas férias da infância em PINHAL sempre foram memoráveis! Graças a Deus toda minha infância foi incrível!

Hoje é aniversário da Nanda, essa prima que faz parte dessa infância maravilhosa que tive. Teria mais uma porção de 'causos' com ela pra contar, mas escolhi esse.

Então FELIZ ANIVERSÁRIO prima amada! Beijos!



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