sábado, 31 de julho de 2010

NA PISTA PRA NEGÓCIO


Não vou falar aqui, não hoje pelo menos, das dores do fim de um relacionamento, apesar de poder falar com propriedade e de ser extremamente pertinente neste momento. Hoje vou me ater a apenas uma das características desse momento. 

Talvez pior que a dor do fim de um relacionamento é descobrir que o mundo não ficou onde você o deixou. É perceber que as possibilidades não estão mais possíveis, não aquelas mesmas e ter que descobrir novamente o mundo, desta vez sozinho, é uma aventura nem sempre desejável. Sendo você o pé, e não a bunda, ainda vem o pensamento 'será que fiz mesmo a coisa certa?' - e essa pergunta se deita toda noite  com você...

Se relançar no mercado é uma tarefa que a 1ª vista é ótima, enfim a liberdade dos olhos, lábios, mãos e o quem sabe outras partes do corpo. Mas quando essa nuvem de fumaça se desfizer vai revelar a dura realidade do mundo dos solteiros (afinal, tudo tem 3 lados)

Por sorte ou planejamento estratégico, quem não se desfez dos amigos durante o relacionamento já sai na frente, eu felizmente preservei os meus (apenas reduzi a carga horária), e agora estou com certo respaldo na hora de encarar o pseudo-inédito ritual de socialização: A NOITE.

Todo o recomeço é difícil, eu sei, e assim como milhares de novos solteiros terei que saborear todas as etapas dessa fase. Considero-me equanimente ansioso, preocupado, otimista e confiante.

Acho que é mais ou menos assim que acontece com todo mundo que não tem a sorte de encontrar o par ideal de primeira. Tanto pés quanto bundas tem que partir do zero. É isso que faz do trágico o cômico. O barco do recomeço é o mesmo...

Pode ser futilidade ou frivolidade, mas de qualquer forma já comprei passagens para o Rio de Janeiro, mês que vem vou passar uns dias no Rio com um amigo que está também se desintoxicando de uma relação acabada. Acho que mudar de ares é uma boa opção, se não é uma solução, me contento com um bom recomeço!

segunda-feira, 19 de julho de 2010

ACIDENTE GEOGRÁFICO (DUETO)


Dizia-se que aquela montanha era habitada por uma estranha forma de vida.

Embora toda a história parecesse uma lenda, ninguém na cidade, que se estruturou ao pé da montanha, era capaz de desmenti-la ou confronta-la. Preferiam simplesmente ignorar ou abstrair a angustiante peculiaridade que envolvia aquele enorme acidente geográfico que protegia toda região dos fortes ventos vindos do norte.

Antonio acordou naquela manhã decidido a acabar de uma vez por todas com o mito legado das gerações antecedentes. Típico da idade ele não aceitava aquela subserviência a que toda cidade resignava-se. Ele, que mal começava a ser um homem, tinha mais coragem, ou menos juízo, que todos os varões da região.

Teve que manter a decisão em sigilo. Se soubessem dos seus planos, certamente o demoveriam, agora para Antonio o confronto com o desconhecido era uma questão de honra.

A noite chegou gelada, ele foi sôfrego até o começo da trilha na base da montanha, lugar de onde poucos ousaram ultrapassar. Menos de dez passos adiante, Antonio desaparecia na mata. 

A medida em que entrava na mata para começar sua escalda, sua mente o traia criando monstros a sua volta. A cada passo sentia seu coração acelerando.

Arbustos ganhavam formas assustadoras, como seres de outro mundo. Depois de tantos sustos, Antônio resolveu parar ali mesmo e tentar descansar. Contudo o sono não veio, passou a noite ouvindo os muitos barulhos do lugar, até mesmo uma folha que caia era possível escutar, ele estava mais alerta do que nunca.

Assim que o sol nasceu, olhou ao redor e viu que sob a luz do dia a mata nada tinha de assustadora, era hora de prosseguir e desvelar aquele mistério.

Após algumas horas finalmente alcançou o topo da montanha, e começou a rápida descida pela face oposta. Depois de longa caminhada, já era novamente quase noite e a medida que se aproximava do pé da montanha ouvia barulhos, vozes, mas desta vez não eram barulhos assustadores mas sim de pessoas, cachorros e musica. 

Seus olhos pareciam não acreditar no que viam, embora semelhante a sua aldeia a riqueza desta era algo desconcertante. Diante dele algumas pessoas o olhavam com o mesmo choque nos olhos. 

Antes que Antonio pudesse estabelecer qualquer tipo de contato com seus recém descobertos vizinhos, um senhor de pele morena e cabelos brancos tomou a frente e o conduziu a uma das casas mais rica e bela da vila. No caminho, Antonio estarrecia-se com a riqueza daquele lugar, tudo era muito bem acabado e o luxuoso, completamente diferente da realidade do seu lado da montanha. Ao longe conseguiu avistar a extensa plantação que deveria abastecê-los. – O que vocês cultivam aqui? – perguntou ao senhor sem obter respostas. Lembrou que na sua aldeia o terreno era de difícil cultivo.

Já na luxuosa casa, o velho se apresentou como Dagoberto, e certamente era o mais antigo morador dali. Antônio contou a ele de onde vinha e a lenda sobre a montanha. Dagoberto cioso acendeu um charuto, em seu rosto não havia sinais de surpresa.

O velho serviu ao visitante uma taça com um tipo de vinho que eles mesmos produziam ali. O sabor daquela bebida era mesmo irresistível. Finalmente acomodado, ele sentiu que a verdade seria revelada.
Antonio ouvia com atenção, o vinho foi o combustível ideal para que ele embarcasse na história que o velho começava a contar.

- Eu era uma criança... – suspirou o velho – todos nós vivíamos aqui, neste lado da montanha. Os fundadores da aldeia eram irmãos, mas pensavam de forma muito diferente... eles não conseguiriam viver muito tempo juntos, no mesmo lugar!

Antes que a taça fosse completamente esvaziada Antonio sentiu um arrepio pelo corpo e logo uma estranha tontura. Em pouco tempo suava como nunca antes. Não pode levantar-se, nem mesmo pedir ajuda. Dagoberto percebeu seu estado, mas prosseguiu contando a história, tudo estava absolutamente dentro do previsto.

A extensa plantação que Antonio avistara era a fonte de riqueza da aldeia, Erythroxylon coca. Sua venda rendia aquele povo quase isolado todo seu sustento. No entanto esse segredo deveria ser preservado. Na época da fundação, os que se opuseram a esse cultivo ilegal foram desterrados e estabeleceram-se do outro lado da montanha, o pacto de segredo foi instituído então.
Toda vez que alguém tentava descobrir o que de fato acontecia nas prosperas terras do lado norte da montanha, eram muito bem recebidos por Dagoberto. O vinho, no entanto, tinha mais que finalidade de receber bem os estrangeiros. O vinho que produziam ali calava para sempre os visitantes e perpetuava o segredo e o sustento das gerações que viriam. 

Antonio juntou-se aos outros curiosos, seu túmulo sem identificação nunca foi visitado.


MAKING OF:
Para quem ainda não conhece, DUETO é uma série de contos aqui do blog, o diferencial é que eu começo escrevendo uma história qualquer e convido algum amigo para continua-la, sem nenhuma combinação.

Esse DUETO é muito especial. É a primeira mulher que divide comigo esse espaço, e embora tenha levado mais de 12 meses, o conto finalmente nasceu.
Falando em nasceu, este conto é dedicado a essa minha amiga e colega muito espacial, PRISCILA, que há menos de 3 dias deu a luz a duas priscilinhas: Júlia e Gabriela. Pode-se dizer que nós quatro escrevemos esse conto.

Vale dizer que esses contos são publicados em sua versão ligth. Eu, como blogueiro, sei que textos muito extensos são mais difíceis de serem aproveitados nesse veículo de comunicação. ACIDENTE GEOGRÁFICO tem uma versão mais detalhada, mais caprichada, mas sei que para 'fast food' essa versão é suficiente e ficamos felizes por poder partilha-la.

Obrigado Priscila pela participação, e muita, muita felicidade com tuas novas filhinhas!

quarta-feira, 14 de julho de 2010

SONHOS RECORRENTES

Em geral acredito que sonhos sejam só sonhos, e eu lembro quase sempre deles. Na maioria das vezes sinto que é o cérebro fazendo uma faxina do que aconteceu durante o dia, selecionando que memórias devem ser armazenadas e que experiências devem ser internalizadas. Não acho que esses sonhos tenham mais nenhum significado do que essa limpeza psíquica. Nada de significados premonitórios, talvez um pouco de desejo reprimido ou situações mal resolvidas do dia.

O que de fato eu acredito, é que alguns sonhos sejam recados importantes do subconsciente. Talvez seja uma forma do inconsciente se manifestar, se comunicar com o consciente. E quando esse tipo de sonho emerge, ai sim eu tento buscar algum significado, tento interpretar essa dica que eu mesmo posso estar tentando me dar. Geralmente não consigo resposta alguma!

Desde bem pequeno eu tenho um sonho recorrente, e esse eu gostaria de entender. Sonho com uma onda gigante prestes a me atingir.

Quando cresci um pouco mais, descobri que essas ondas gigantes de fato existiam, eu ignorava que as tsunamis eram reais, e quando soube, essa não foi a minha melhor descoberta. Se eu acreditasse em vidas passadas, certamente já saberia como foi que morri.
Um tempo atrás pesquisei na internet sobre o tema e fiquei abismado com a quantidade de sonhos similares, bem similares, aos meus, narrados por diversas pessoas. Claro que decorrente daí nasceram uma centena de hipóteses que explicariam tal fenômeno. Algumas alternativas são até interessantes, mas são tão especulativas que perdem força.

Essa semana fui visitado novamente por uma dessas ondas. É uma sensação muito angustiante, e como partilhar é sempre bem-vindo, cá estou eu, partilhando meu sonho recorrente.

O fim do mundo mais próximo é em 21/12/2012, bem no dia meu aniversário.

Só espero que esses sonhos não sejam uma premonição da minha última festa de aniversário, seria um jeito muito peculiar de me despedir desse mundo!

Bom, agora vou dormir, mas por enquanto sem colete salva-vidas!!

quinta-feira, 8 de julho de 2010

ELE NÃO! ELA SIM!


Essa semana nasceu meu segundo BLOG!! E esse tem pai e mãe!!

Ele Não! Ela Sim! – é meu novo blog, concomitante com o Pé de Feijão, que não pretendo deixar tão cedo.

Esse blog é uma parceria com uma grande amiga (Ana Carolina), e ele se propõe a discutir todo tipo de tema, sob 2 pontos de vista diferentes! Não que tenhamos que discordar, mas certamente serão duas opiniões com ângulos distintos.

Não sei no que vai dar essa experiência, mas tô com boas expectativas!!

CONVIDO então a quem passar por aqui, para dar uma passada também nesse novo projeto que se inicia! Um BLOG de opinião é desenvolvido essencialmente para boas discussões, esperamos poder compartilha-las com máximo de pessoas possível.

Todos serão muito bem-vindos por lá, e também não se arrependerão de conhecer minha partner Carol!



terça-feira, 6 de julho de 2010

ECLIPSE


Hoje à noite fui assistir ao terceiro filme da SAGA CREPÚSCULO, Eclipse.

Gostei de ver a sala de cinema sem a presença dos adolescentes frenéticos e histéricos, mesmo que em algumas cenas os suspiros femininos ainda sejam audíveis. Uma platéia mais madura e centrada ajuda no contexto de ambiente, o que acho imprescindível para uma experiência cinematográfica completa (como diria um amigo).
O filme ta todo certinho. Não da pra criticar quase nada, pelo menos é assim que sinto. Quem for assistir ao 3º episodio sem saber a que tipo cenário será conduzido, nem merece ter suas criticas levadas em consideração.

Como eu não li os livros de Stephenie Meyer, que deram origem aos filmes, ainda tenho surpresas e expectativas com que rumo tomarão as personagens, mesmo que nada seja realmente original.

O que acho que não deve deixar de ser pontuado e ACLAMADAS são as locações. A fotografia deste terceiro longa está especialmente fantástica! – Quase me atrevo a dizer que é o melhor deste filme.

Como já falei tudo está no seu lugar, e pra quem acompanha a seqüência dos filmes também poderá notar a elevação da qualidade, em tudo - efeitos, personagens, fotografia, etc...

É verdade também que este episodio trás menos surpresas, foi até mesmo menos badalado que o anterior, o que não o desmereceu em nada. 

Sigo esperando agora o AMANHECER...

domingo, 4 de julho de 2010

TE AMEI...

Te amei e amei minha fantasia

Amei de novo e amei a nossa estréia

Amei meu próprio amor e amei a tua audácia

Te amei muito e pouco e comovidamente

Amei a história construída, os ritos e os porquês

Te amei no invisível e no inaudível

Amei no crível e no incrível

Amei ser dona e te amei freguês

Te amei e amei a farsa arquitetada

Amei o nosso caso e amei a nossa casa

Amei a mim, amei a ti, parti-me ao meio

Te amei no profundo, no raso e com atraso

Não era tua hora, não era a minha vez.

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