Algumas coisas são mesmo sem explicação. Por exemplo, sempre que eu faço alguma viagem na Páscoa, surge em meu caminho, de maneiras mais improváveis, algum livro do Paulo Coelho, e por ocasião, desfaço-me do preconceito e acabo lendo. Acho meio bizarra essas coincidências, mas tudo bem, o mundo geralmente é bizarro e inexplicável.
PAULO COELHO – não sou um leitor assíduo da obra dele, o excesso de ‘ocultismo’ da pessoa também não é algo que eu aplauda, mas acho que há muita pichação injusta a seus livros. Ele escreveu o livro brasileiro mais vendido em todos os tempos e também já esteve em 1º lugar da lista dos mais vendidos em 18 países. Vamos considerar isso!!
Numa Páscoa dessas encontrei “
VERONIKA DECIDE MORRER”. O bom de uma leitura despretensiosa e descomplicada é que podemos nos surpreender. Pela 1ª vez na vida me vi descrito, em detalhes, nas características psicológicas de um personagem, e isso foi desconcertante, principalmente por que essa personagem estava decidia da morrer.
NÃO! Suicídio é absolutamente longe da minha realidade. Amo muito a vida e depressão passa a léguas da minha pessoa. Mas a morte do livro tinha outros mil significados recônditos. Havia ali, naquele momento, uma outra mensagem além da obvia escrita para os rasos.
Aconteceu que em 2009 o cinema americano resolveu adaptar a obra para as telonas. Eu fiquei ávido! Porem o filme passou completamente desapercebido! O sucesso que imaginei possível revelou-se um vácuo!
Três anos depois, essa semana, assisti ao filme em casa, e pude entender a razão do insucesso. Realmente o filme é arrastado, chato, sem brilho, sem força. UMA PENA, afinal a adaptação de uma obra brasileira era para ser um evento! [ufanismo – mode ON].
Se alguém estiver em duvida, não raro, entre livro e filme, por favor, leia o livro.
“Levava até as últimas conseqüências muitas coisas em sua vida, mas só o que não era importante – como prolongar brigas que um pedido de desculpa resolveria [...] fora intransigente justamente naquilo que era mais fácil: mostrar para si mesmo sua força e indiferença, quando na verdade era frágil, jamais conseguira destacar-se nos estudos, nas competições esportivas de sua escola, na tentativa de manter a harmonia em seu lar.
Superara os seus defeitos simples, só para ser derrotado nas coisas importantes e fundamentais. [...] dera a todos os seus amigos a impressão de ser um modelo que eles deviam invejar – e gastara o melhor de suas energias tentando se comportar a altura da imagem que criara para si mesmo.
Por causa disso, nunca lhe sobraram forças para ser ele mesmo – uma pessoa que, como todas as outras do mundo, necessitava de outros para ser feliz.”