sexta-feira, 27 de novembro de 2009

DO COMEÇO AO FIM


Pra entender esse amor, é preciso virar o mundo de cabeça pra baixo”


Assisti hoje a esse filme e confesso que vai ser bem difícil expressar minhas impressões sobre ele. O filme acabou me gerando sensações ambíguas, não que isso seja ruim, pelo contrario, acho mesmo que uma história como essa foi feita para causar alguma reflexão, e refletir sobre certos temas é sair da zona de conforto. E o que eu penso sobre essas coisas, são somente minha opinião, mas eu não gostaria de ser sub-compreendido.

Logo que o trailer surgiu na internet o filme já mostrou a que veio. Juntar num mesmo roteiro dois temas tão polêmicos era, no mínimo, muita coragem. Seria necessário?

Eu tenho nos meus valores um cristianismo católico profundamente arraigado, minha percepção do mundo é orientada sob essa ótica, no entanto não comungo de 100% das doutrinas e dogmas da Santa Igreja, mesmo assim foi nela que aprendi que sou um filho de Deus. É o que eu sempre digo, a Igreja é de Deus, mas é feita por homens, e homens erram, e erram muito.

Digo tudo isso por que o filme toca em dois pontos nevrálgicos: HOMOSSEXUALIDADE e INCESTO. Fui ver o filme com receio desse choque de ideologias.

O longa de Aluizio Abranches tem duas partes distintas.

Na primeira parte os irmãos ainda crianças começam a construir a trajetória daquele grande amor, tudo muito bem produzido e leve, não parecia uma linguagem de filme nacional, tudo muito diferente, entretanto achei meio seccionado demais, elaborado demais, pouco natural, e mesmo que muito sutil, a futura conotação sexual que nasceria dali me deixou um pouco constrangido por serem crianças. Dessa parte relembro um trecho do roteiro em que Julieta (Júlia Lemmertz) diz a seu filho Francisco que tudo na vida tem um lado bom e um ruim, o que diferencia as pessoas é qual dos dois lados a pessoa vai dar mais ênfase. – Isso serve para quem for dar alguma opinião sobre o filme.


A segunda parte é quando, já adultos, o amor entre os dois meio irmãos se consuma. Nesse momento o filme muda. A linguagem passa a ser mais ágil e contínua. Também é nessa parte do filme que as pessoas mais desavisadas ou mais moralistas podem se chocar. Há cenas quentes entre os dois atores. (as cenas ficaram bonitas, não foram vulgares, deram a profundidade daquela paixão, mas não acho que os diversos nus sejam tão necessários, sem falso puritanismo, só uma opinião.)

Depois disso tudo é que fui entender que o filme não faz apologia nem levanta bandeiras ao incesto ou a homossexualidade, isso é quase um pano de fundo, o filme traz apenas uma historia de amor. Um AMOR que aconteceu por acaso entre dois homens, por acaso entre dois irmãos. Não há confusão entre o amor carnal e o fraternal. São coisas distintas e sempre serão, calhou de acontecerem juntas.

O que o povo vai achar disso? Não faço a menor idéia. Espero que vejam o filme para depois se posicionarem sobre o assunto. Ou que assistam ao filme e depois curtam uma cervejinha com os amigos, afinal, não é uma revolução.

Sei que há comentários dizendo que tudo no filme é meio ‘comercial de margarina’, os conflitos e os preconceitos parecem não invadir a vida dessa família. É verdade. O filme é realmente um parque de diversões com pessoas ricas, bonitas, bem resolvidas e profissionalmente realizadas. Isso porque o foco do filme era outro. No entanto, acho que perdeu-se uma boa oportunidade de aprofundar a discução destes temas e seus inevitáveis conflitos.

Um filme leve e forte, polemico e sutil, profundo e superficial.
Um filme impar.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

LUA NOVA

Tenho que variar meus posts, esse pé de feijão só tem falado de cinema ultimamente. Fazer o que se a safra de filmes tem me movido nesse sentido!!

Não poderia ficar de fora do fenômeno “CREPUSCULO - LUA NOVA”, até que eu tentei resistir, mas cansei de lutar contra, seguir a maré nem sempre é tão ruim.

Deixei para ver o 1º filme da serie próximo ao lançamento do 2º, então tem menos de um mês que fui apresentado a essa história de vampiros, lobos, amores truncados e ingredientes igualmente conhecidos. Apesar do filme (CREPUSCULO) ser meio paradão, gostei do contexto, gostei da repercussão, gostei do envolvimento das pessoas.

Agora que Lua Nova estreou, eu pude ver o tamanho da força dessa saga. O filme alcançou recordes de pré venda. Os cinemas se encheram de jovens tietes. Isso no meu dicionário se chama SUCESSO.

Deixei passar alguns dias para evitar as fãs mais inflamadas e os mal-educados eufóricos que certamente correram aos cinemas nos primeiros dias. Pra mim cinema tem que respeitar. Não importa o tipo de filme, tem que haver entrega do espectador, senão não há magia, a 7º arte fica de 5º categoria.

Os primeiros comentários críticos que ouvi a cerca do filme foram desanimadores e arrefeceram minha sede, mas depois vieram outras opiniões menos severas e mais cheias de estrogênio, não que fossem irrelevantes, mas certamente eram defectíveis.

Hoje pude desvelar o mistério. Agora tenho minha opinião.

MUITO BOM o filme. Acho que as pessoas que criticam negativamente não usaram os critérios e parâmetros certos. Não to aqui dizendo que é o melhor filme de todos os tempos, não to dizendo que todo esse frenesi se justifica, apenas digo que o filme dentro do que ele se propõe é muito bom.

Gostei e pronto.

Como acontece em adaptações de livros, dentro do filme se passa muita coisa, muita historia. Achei tudo bem amarradinho. Achei bonitinho o dilema da heroína entre seu amor pelo lobo e pelo vampiro. É adolescente? Isso é sem duvidas!

Agora vamos esperar o próximo. Em 2010 tem mais... Quem sabe até lá eu já amadureci mais e não tenha o menor interesse nesse tipo de ‘cinema pipoca’, mas sinceramente, espero não estar maduro a esse ponto!

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

ATIVIDADE PARANORMAL



Enquanto centenas de jovens corriam para as salas de cinema no afã quase desesperado de assistir e estréia de “LUA NOVA” da saga Crepúsculo, meus amigos e eu fomos assistir “ATIVIDADE PARANORMAL”.

Quando vi o trailer já fiquei com vontade conferir o filme, depois vieram os números, o orçamento de míseros US$ 15.000,00 e a arrecadação de mais de 30 milhões até agora. Lembrou-me o fenômeno da Bruxa de Blair, mas essa comparação já está um clichê.

É a história de um casal que começa a sofrer com estranhos fenômenos ditos ‘paranormais’ como luzes que acendem, lustres que balançam, passos arrastados, barulhos inexplicáveis, enfim, toda sorte de fenômenos que Pe. Quevedo adoraria desmistificar.

Na falta do Padre, eles resolvem filmar tudo. Ela é a geradora dos eventos paranormais, ele é o namorado ansioso por gravar tudo, mesmo que para que isso aconteça, ele tenha que provocar e estimular esses fenômenos.

Não conto mais em respeito a quem não viu ainda, mas relato minha indignação quanto ao uso do termo ‘atividade paranormal’, afinal não é isso que o filme mostra, mas sim atividades demoníacas. É marketing? Sei lá!

- Se não é um fantasma, então o que é? - palavras da atormentada protgonista.

O filme não é tudo isso que parece, certamente não será uma unanimidade, mas pra quem gosta do gênero é uma boa pedida. Vale à pena assistir no cinema ou em casa com muito silencio e um som de boa qualidade, afinal o filme se estrutura boa parte do tempo em fenômenos sutis.

Assisti agora na internet o final alternativo do filme. Eu tinha achado o fim meio repentino, vendo esse outro fim também não fiquei seduzido. Nenhum dos dois foi bom, mas sinceramente também não sei que fim eu daria na história.

A sessão foi coruja, cheguei em casa na madrugada e confesso que prestei mais atenção nos ruídos que circundam as noites... e se fosse alguma atividade paranormal!!??

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

2012



Estreou hoje o filme '2012'. Eu estava ansioso por vê-lo!
Cinema com filas, sala cheia, emoção pulsando. Já que nasceu com a sina de ser um BLOCKBUSTER que seja então!

Gosto da idéia do mundo acabar bem no dia do meu aniversário (21 de dezembro), é uma homenagem quase romântica dos Maias, um povo super fofo (risos). Quem sabe como presente de aniversário eu sobreviva à hecatombe mundial? Acho justo.

Sobre o filme posso falar que, sem a menor sombra de duvidas, é o mais incrível 'fim do mundo' que já vi nestes tantos anos e filmes de cinema catástrofe. Os efeitos especiais são mais que especiais! Valem o ingresso.

Quando a coisa toda realmente pega fogo o filme diz a que veio. As cenas são muito reais e verdadeiramente cinematográficas. Tiram o fôlego! Sobrou até para os emergentes, nós latinos não ganhamos uma 'arca' mas ao menos fomos lembrados na hora da tragédia, sobrou para o pobre Cristo Redentor... (é provável que Gisele Bündchen e Tom Brady assim como Jesus Luz e Madonna, tenham sido acolhidos nas humildes naves)
Pena o filme todo não ser assim. Depois do auge o declínio é inevitável, mas não chega a comprometer.

Como um todo, eu esperava bem mais. Muitas coisas ficaram 'perdidas', como se não houvesse tempo pra falar de certos temas. Achei que seria mais focado nas profecias, no alinhamento dos planetas, pensei que seriam mais sensacionalistas e que sairíamos do cinema meio lobotomizados pelo filme, contando os minutos para a chegada do 21/12/2012.

É possível que eu volte ao cinema para ver novamente aqueles efeitos incríveis, certamente em DVD não sentirei nem 1/3 da emoção, por isso vale um bis.

Agora eu penso... Seria um simples pé de feijão capaz de sobreviver ao Doomsday?

domingo, 8 de novembro de 2009

ENADE VAI MUDAR ISSO...


Nem posso acreditar...

Hoje fui fazer o ENAD 2009, a fim de avaliar meu curso de Administração.

Não acho ruim esse processo, acredito que o governo esteja bem intencionado, acredito que esse tipo de 'avaliação' realmente possa qualificar um pouco mais o estudo acadêmico no Brasil. Sabemos que há muita pilantragem por ai, então dar nome aos bois é um começo interessante de por ordem na casa.

Eu não gostei por motivos óbvios e pessoais, por que tenho que reclamar, faz parte!
Pôxa, num domingo de sol! Logo depois de uma semana particularmente extenuante de provas e trabalhos! Não sobraram muitos neurônios querendo me ajudar.

A prova não estava absurdamente difícil, mas estava muito extensa. Acho, e espero confiante, que todo esse tamanho (40 questões) seja a única maneira de realmente se avaliar o contexto dos alunos.

Achei ruim os locais das provas, diversas pessoas, como eu, tiveram que se deslocar para muito longe de suas casas, mesmo tendo locais muito mais próximos onde estavam sendo realizadas as provas.

Depois que vazaram as provas do ENEM, também fiquei desconfiado. Quem me garante que essa pratica de 'vazamento' não é comum e os 'esquemas' são inúmeros?

Tudo isso superado, prova feita, caso quase encerrado. As notas, dizem, que vão demorar muito ainda...

Eu fiz a prova na condição de 'entrante' e respondi sobre matérias que nunca vi, isso ao menos é levado em conta. Pensei que me sairia melhor... De qualquer forma quando sair o resultado, vergonhoso ou não, expresso aqui algum comentário!

Agora já está feito, E NADA VAI MUDAR ISSO...

sábado, 7 de novembro de 2009

JOGOS MORTAIS VI

I want to play a game...

Mais uma vez Jigsaw resurge dos mortos com seus jogos macacrabos! Em sua sexta edição o filme segue firme na mesma linha que lhe rendeu bilheterias bem expressivas. E a série não tem data certa para seu fim. Tomara que não estraguem tudo com já vimos com outros filmes em que a ganância acabou destruindo a obra.

Cumpri meu ritual, fui ontem com os mesmos amigos, na estréia, no último horário, encerrando minha sexta com chave de sangue!

O filme me pareceu melhor que o seu antecedente, o primeiro 'jogo', como de praxe, foi de tirar o folego. Depois tudo seguiu o curso esperado. Lição de moral, surpresas com as vitimas e o que as levou até ali, explicações sobre trechos dos outros filmes, enfim, todos os igredientes de SAW. Alias, se você não acompanha a série, se não viu os outros filmes, aconselho a nem perder seu tempo no cinema, chegamos a um nivel que é quase impossivel entender o enrredo sem toda sequencia dos fatos.

Pra quem quiser, aqui tem meu comentário do 'V', verão que não há muita dicotomia.

A escolha continua sendo das vitimas, viver ou morrer.
Faça sua escolha!

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

SIMPLESMENTE EU. CLARICE LISPECTOR




“Olhe, tenho uma alma muito prolixa e uso poucas palavras.
Sou irritável e firo facilmente.
Também sou muito calmo 
e perdôo logo.
Não esqueço nunca.
Mas há poucas coisas  
de que eu me lembre.”
Clarice Lispector


Hoje fui assistir “SIMPLESMENTE EU. CLARICE LISPECTOR” monólogo com Beth Goulart, que também escreveu e dirigiu o espetáculo.

E não definiria de forma diferente, foi mesmo um espetáculo. Interpretando a própria escritora, Beth passeou elegantemente por obras e biografia de Clarice.

A narrativa das ânsias e pensamentos da escritora traduz exatamente o que qualquer escritor, ou aspirante como esse que escreve, sente, e é emocionada e emocionante.

Beth Goulart está impecável, e falo isso como publico leigo que sou, afinal, acho que somos nós, o publico, o grande objetivo a ser atingido. Nessa peça eu, enquanto objetivo, fui atingido.

Um dos pontos altos foi, sem duvida, a narração da dicotomia entre um momento de profunda felicidade e o seu encontro desastroso com um rato ruivo. Entre momentos mais taciturnos e outros, como esse de leveza e humor, a peça se desenrolou faceira.


“Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. 
Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro.”
 Clarice Lispector

Tenho certeza que só não aproveitei mais e melhor a encenação por falta de aprofundamento pessoal na obra de Clarice. Essa minha carência acabou dificultando a apreciação instantânea do texto mais denso e profundo, que pela velocidade impingida pela dinâmica das cenas acabava não sendo completamente absorvido e apreciado. Via-se nitidamente que aquele mesmo texto num livro seria melhor e mais calmamente degustado.
Resultado disso? Fome por mais Clarice Lispector!!

Sorte minha que está rolando a alguns metros da minha casa a 55ª Feira do Livro de Porto Alegre, a maior feira aberta da América Latina. Aqui tem sobre a feira do ano passado.

Depois da peça, aconteceu um debate sobre a obra da escritora. Pena que não deu para eu ficar, deixei o teatro olhando para trás.

O interior do estado (RS) agora vai receber esse presente que o SESC está proporcionando.

“Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: 
pensava que, somando as compreensões, eu amava. 
Não sabia que, somando as incompreensões 
é que se ama verdadeiramente. 
Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil.”
Clarice Lispector

domingo, 1 de novembro de 2009

CAÇADORES DE VAMPIRAS LÉSBICAS


Corre por ai, que eu sei, certo zunzum, que de graça até injeção na testa a gente tem que aceitar, ainda mais em tempo de botox, a gente aceita com mais entusiasmo ainda!

Pois bem, foi um destes ‘de graça’ que me levou ao cinema hoje ver “Os caçadores de vampiras lésbicas”. – não é filme pornográfico gente, é só uma comédia bizarra!

Os grupos ativistas certamente se perguntarão se elas são mortas por serem vampiras ou por serem lésbicas? – o filme não deixa claro, mas creio que o vampirismo, MODA ATUAL NO MUNDO, deva ser o motivo predominante.

Seria mais um besteirol americano? NÃO, não tem faculdade, garoto e garota mais populares, nem apostas, nem nerds dando a volta por cima.

Na verdade não posso classificar esse filme, o que em outros termos significa que ele é um filme desclassificado!

Há bons momentos, bons efeitos, cumpre sua proposta, mas não vale a ida ao cinema. Certamente se não fosse à turma de amigos bem dispostos, teria sido um programa de índio irreparável!

Pelo menos agora eu sei como agir caso venha a encontrar pela rua uma vampira lésbica!


Site: http://www.lesbianvampirekillersmovie.co.uk/
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