sábado, 14 de fevereiro de 2009

BASTA ESTAR VIVO

A pouco mais de um ano eu escrevia no blogue sobre a morte de um grande amigo, e é isso que me traz novamente aqui hoje!

Pensei muito se deveria escrever sobre isso, essa catarse meio pública, mesmo esse amigo já não sendo mais tão próximo de mim.

No entanto, como a memória, definitivamente, não é o meu forte, optei por escrever, afinal, já que não pude dizer um adeus pessoalmente, deixo esse post como essa despedida não realizada.

Rodrigo Tommazzoni, o conhecido “Donner” morreu num acidente de carro na manhã do dia 11/02.

Dele ficaram boas lembranças do tempo em que éramos amigos mais próximos, numa época onde tudo tinha cores diferentes. As histórias engraçadas que certamente todos seus amigos tem aos quilos pra contar, eu também tenho.

Quando a gente fala de alguém que morreu, tende a indulgência, mas no meu caso, posso garantir que esse guri tinha a ficha limpa. Deve ter aprontado das suas, mas to aqui pra falar daquela risada fácil, gostosa e peculiar.

Nessa última sexta-feira 13 eu estava num bar com meus amigos curtindo uma roda de violão, uma música ao vivo e celebrando a vida, quando dedicaram a esse amigo uma música... e a festa continuou...

Foi assim que eu soube que ele tinha partido. Foi esse o tempo que dedicaram a memória dele num pub que se confunde com nossas histórias.

A festa continua... o mundo não pára... as pessoas seguem suas vidas ... e vi assim, a olhos nus, o quanto somos realmente pequenos, ínfimos, miseráveis...

Há quase dez anos estávamos os dois indo a esse mesmo pub que fica na Cidade Baixa, quando fomos interceptados por uns nove delinquentes, e não eram nem oito horas da noite, o que na época era sinônimo de segurança.

ASSALTADOS, de assalto.

Tudo foi muito rápido, mais rápido que a minha capacidade de assimilação. Num segundo os marginais escolheram ele como a vítima e nesse mesmo segundo atacaram. Levaram carteira, celular, relógio e um soco infausto no lábio custou-lhe alguns pontos. Comigo, ali do lado, não aconteceu absolutamente nada, nenhum arranhão naquela cena que não durou mais que 3 segundos.

Ele foi para o Pronto Socorro com a família, e eu... eu fui para o pub, aquele mesmo pub...

Acho que nada mudou nesses quase dez anos...



"Morrer é apenas não ser visto.
Morrer é a curva da estrada."

Fernando Pessoa

Um comentário:

Aniele Barros - "Ani" disse...

Saudades de tiiiii João

Bj grande

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