domingo, 9 de maio de 2010

PARA SEMPRE

Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.

Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.

Carlos Drummond de Andrade

7 comentários:

Giane disse...

Oi, João!

O melhor não desaparece ou morre.
O melhor se reencontra, aprimora.

Mães não morrem.
Elevam-se.

Beijos mil!!!

Unknown disse...

É... As mães sempre valem mais do que podemos estimar.
Sua perda é inconformável, irreparável.
Seu amor é singular.
Belo blog.
Abração

Tiburciana disse...

Está ai uma perda que não consigo nem pensar..,
Prefiro evitar o assunto e curtir enquanto posso
bjos

Unknown disse...

Quem dera poder consertar almas quebradas!
rs
Abração

MARCELO DALLA disse...

Ei rapaz!!!!! Quanto tempo!!! Seu blog é muito bom, vou colocá-lo na minha lista pra vir sempre e não ficar tanto tempo sem fazer uma visita.
Grande abraço

Arthur Alter L. disse...

E ae meu caro quanto tempo não passo aqui. E hoje ao passar me sinto tocado por palavras tão belas e tão eternas... mãe não cabe mesmo em palavras...
POstagem perfeita!
Um abraço.

Richard Mathenhauer disse...

João,

Eu tive um amigo mineiro que venerava Drummond, e foi ele quem me mostrou pela primeira vez este poema. Acabei por decora-lo por tão bonito que considerei, de modo especial:

"Morrer acontece / com o que é breve e passa / sem deixar vestígio". É bem isso: a morte assim como a eternidade existem dentro de nós.

Grande abraço,

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