segunda-feira, 16 de março de 2009

CORPO PRESENTE


A TV já saiu do ar
A cidade caiu em sono profundo
Não há mais como te encontrar
Como o sol, tu foste para outro lado do mundo

O amor já secou no coração
nos gestos já não há mais carinho
não encontramos mais satisfação
onde éramos dupla, agora estou sozinho

Seus olhos não tem mais aquele brilho
Usamos flechas ao invés de palavras
tuas conquistas já não sou quem compartilho
quando eu era o primeiro a quem contavas

Seco como o outono que vem chegando
O que antes fluía agora raspa
E como criminosos vamos nos castigando
falta coragem a nós para dar um basta

Prolongar isso só por vaidade
mesquinharias minhas, orgulhos teus
Ainda que seja com reciprocidade
Só faz doer ainda mais à hora do adeus

Tu dormindo ao meu lado
E eu sem lagrimas me apanho
Como pude não ter notado
Quando te tornou pra mim um estranho

A idéia do adeus me assusta
Não serei eu desta vez a desistir
Me aceitar mais sozinho me custa
Mas sei que posso te ver partir

E essa relação que parece um adorno
Pouco pra mim importa
Resignado ao que me é morno
Até que ultimo a sair apague a luz e feche a porta

João Francisco Viégas - 2005

Um comentário:

Anônimo disse...

Sofrer é inevitável. Continuar sofrendo é opção.

Espero que melhores e saia dessa posição fetal e encare esta tempestade de pé. No final, tudo passa, inclusive nós.

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