segunda-feira, 14 de julho de 2008

1 era bom, 2 ficou melhor, mas 3 não deu...

Começo bem:
"Se na bagunça do teu coração

Meu sangue errou de veia e se perdeu"
Tom Jobim e Chico Buarque

A casa caiu!

Mais um dos meus preceitos foi-se por água abaixo.

A vida, essa matreira, esta conseguindo minar meus dogmas, minhas diretrizes. E eu aqui, atônito vendo a bola de neve cada vez maior se aproximando perigosamente. Mas a vida esta aí pra isso afinal. Desmistificar, ensinar, bater. E bater com mão pesada!

Ta certo que as coisas do coração são mesmo dúbias, imperfeitas, imprevisíveis, mas comigo não!

Olhando um pouco para trás vejo meu primeiro amor. Hoje já posso vê-lo como quem tem nas mãos o laudo da autopsia. Vejo todos os erros que cometi e que me foram permitidos por ser minha primeira tentativa, que na época soava como única. O amor foi muito bacana, o ser amado nem tanto!

Mas no fim, entre as cinzas sempre acaba sobrando algo de bom.
Acho que se eu fizesse terapia até poderia descobrir o que de bom ficou, mas como não tenho um bom terapeuta ainda não sei o que ‘de bom ficou’, mas meu incorrigível otimismo diz que ali, em meio aos destroços há algum fruto doce.

Quase uma década depois (namoro + fim + idas & voltas + fim + recuperação), quando pensei que ser solteiro era a minha herança, e era muito bem-vinda, heis que surge no horizonte um novo amor. Pra quem duvidava provou-se que havia vida ali.

Prontamente meus sonhos utópicos oriundos da infância interiorana estavam novamente em polvorosa! Amor, entrega, química, fidelidade, paz, romance, casa, casamento, carro, filhos, cachorro e papagaio, quem sabe até uma tartaruga!

Melhor de tudo! Um amor correspondido a altura! Assim não vale, é bom demais!

Mas o poeta alertou que no meio do caminho havia uma pedra, uma pedra gigantesca, uma montanha! O sofisma do meu amor indefectível. Minha nebulosa!

Eu que sou inteiro, me vi como 1/3! Eu que não era uma metade em busca de outra metade, me descobri 1/3!

Novamente parafraseando “O amor é uma faca com dois gumes fatais. Não amar é sofrer. A amar é sofrer mais”, eu completo a frase dizendo que amar duas vezes é sofrer muito mais ainda!

Não que seja novidade ou uma invenção minha, mas viver isso é uma experiência ingrata, inconsistente e surreal. Conheço gente que tem uma habilidade e uma destreza para essa dualidade, mas eu sou mesmo canhoto, eu sou mesmo mono, e agora me sinto bizarro.

Tento fugir do lugar comum que essa situação me põe, mas me vejo afundado, chafurdando em velhos clichês. Talvez as novelas mexicanas não sejam tão exageradas. Talvez Almodóvar não seja tão caricato. Talvez eu não saiba brincar disso!

"Quando achava que tinha todas as respostas, veio a vida e mudou todas as minhas perguntas."

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