sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

TEMPO AO TEMPO


Corre tempo, passa depressa
e leva contigo toda essa dor.
Arrasta daqui, pra longe arremessa
essa praga batizada de amor.

Qual é o teu lado? Te abre comigo!
És o meu maior aliado, ou meu pior inimigo?

Tu clareia os fatos, traz luz aos sentimentos,
ou afasta as pessoas e pulveriza sofrimentos?

Sei que acalma, desfaz os enganos,
mas não posso esperar o passar dos teus anos.

Demora demais, quase para às vezes,
nem sei se posso esperar alguns meses!

Tu és o remédio que vai me curar
ou és o veneno que me leva pra morte?
Vens mesmo com a dor abrandar
ou a aflição é o teu dileto esporte?

Agora já chega, preciso entender
se é um preceito, uma diretriz
o mundo vai pra sempre saber
dê tempo ao tempo
é o que a regra me diz
(João Francisco Viégas - 2001)

2 comentários:

Anônimo disse...

O que houve contigo??

Anônimo disse...

- Se você não subir por esta escada agora, quando voltar me encontrará morta!
Os vasos quebrados, as marcas no rosto, a maquiagem borrada, tudo estava em sintonia com o grau de superlatividade que a protagonista dava a cena. O homem que não soube ordenar os álibis não balbuciou sobre a ameaça desferida e seguiu os trinta metros em direção ao carro carregando apenas o que ali havia consigo, crendo que o dramalhão ali presenciado teria seu desfecho no dia seguinte sem maiores tragédias, como aconteceu durante os últimos meses do casal.
Mas algo havia mudado na mulher naquele instante. As cartas, roupas, perfumes e todo rastro do homem que ali a havia deixado foram amontoados junto à cama, jogados perto da lareira. Ao invés de picar com a tesoura ou incinera-los, a mulher montou-os a formar uma espécie de ninho e sobre os restos do homem que a deixou, morreu.

(Continua. Mesmo onde parece fim, há sempre um novo começo)

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