“Olhe, tenho uma alma muito prolixa e uso poucas palavras.
Sou irritável e firo facilmente.
Também sou muito calmo
e perdôo logo.
e perdôo logo.
Não esqueço nunca.
Mas há poucas coisas
de que eu me lembre.”
de que eu me lembre.”
Clarice Lispector
Hoje fui assistir “SIMPLESMENTE EU. CLARICE LISPECTOR” monólogo com Beth Goulart, que também escreveu e dirigiu o espetáculo.
E não definiria de forma diferente, foi mesmo um espetáculo. Interpretando a própria escritora, Beth passeou elegantemente por obras e biografia de Clarice.
A narrativa das ânsias e pensamentos da escritora traduz exatamente o que qualquer escritor, ou aspirante como esse que escreve, sente, e é emocionada e emocionante.
Beth Goulart está impecável, e falo isso como publico leigo que sou, afinal, acho que somos nós, o publico, o grande objetivo a ser atingido. Nessa peça eu, enquanto objetivo, fui atingido.
Um dos pontos altos foi, sem duvida, a narração da dicotomia entre um momento de profunda felicidade e o seu encontro desastroso com um rato ruivo. Entre momentos mais taciturnos e outros, como esse de leveza e humor, a peça se desenrolou faceira.
Um dos pontos altos foi, sem duvida, a narração da dicotomia entre um momento de profunda felicidade e o seu encontro desastroso com um rato ruivo. Entre momentos mais taciturnos e outros, como esse de leveza e humor, a peça se desenrolou faceira.
“Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso.
Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro.”
Clarice Lispector
Tenho certeza que só não aproveitei mais e melhor a encenação por falta de aprofundamento pessoal na obra de Clarice. Essa minha carência acabou dificultando a apreciação instantânea do texto mais denso e profundo, que pela velocidade impingida pela dinâmica das cenas acabava não sendo completamente absorvido e apreciado. Via-se nitidamente que aquele mesmo texto num livro seria melhor e mais calmamente degustado.
Resultado disso? Fome por mais Clarice Lispector!!
Sorte minha que está rolando a alguns metros da minha casa a 55ª Feira do Livro de Porto Alegre, a maior feira aberta da América Latina. Aqui tem sobre a feira do ano passado.
Depois da peça, aconteceu um debate sobre a obra da escritora. Pena que não deu para eu ficar, deixei o teatro olhando para trás.
O interior do estado (RS) agora vai receber esse presente que o SESC está proporcionando.
“Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado:
pensava que, somando as compreensões, eu amava.
pensava que, somando as compreensões, eu amava.
Não sabia que, somando as incompreensões
é que se ama verdadeiramente.
Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil.”
Clarice Lispector
Um comentário:
Poxa, abandonaria tudo pra ver este espetáculo!
Acredite: muito me define!
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